A Pernambucana Fernanda Quaresma, de 20 anos, foi uma das estudantes que tiraram nota 1000 na redação do Enem 2021. O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio foi liberado de surpresa na noite de ontem, dia 9.
Fernanda é natural de Iguaracy, no sertão de Pernambuco, mas mora atualmente em Recife. Ela se mudou em 2019, quando foi aprovada no SiSU para o curso de Biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Como não se identificou com o curso, a jovem decidiu, em meados de abril do ano passado, estudar novamente para o Enem para tentar mudar de carreira. “Eu gosto de outras áreas, como Arquitetura ou Design, mas posso tentar também Medicina”, releva Fernanda, que pretende seguir na UFPE.
Preparação
Antes do Enem 2021, o último exame que Fernanda tinha feito foi em 2018, quando tirou 840 na dissertação. Por isso, optou por se matricular em um cursinho específico de redação, da professora Fernanda Pessoa.
Durante pouco mais de seis meses, a jovem de Iguaracy conciliou a faculdade de Biomedicina com as aulas do cursinho. Ela comenta que teve dificuldade no início, mas que nos últimos dois meses decidiu “dar um gás nas redações”. Nesse período, fez cerca de 8 textos.
Surpresa
As notas das últimas redações feitas no cursinho foram boas, algumas com pontuação máxima, mas Fernanda revela que não esperava tirar 1000 no Enem. “Eu sou muito autocrítica e, para mim, tinham vários erros no texto. No geral, a redação ficou boa, mas jamais imaginava que seria tudo isso”.
Fernanda acessou o resultado do Enem assim que ele saiu, na noite de quarta-feira. Quando viu a nota da redação, não acreditou. Como a Página do Participante estava com instabilidade, achou que poderia ser um erro.
“No primeiro momento achei que era um erro do site e, inclusive, tirei um print achando que, quando atualizasse a página, o resultado mudaria. Conferi um milhão de vezes se tava vendo certo antes de falar pra minha professora”, comentou sorridente.
A redação
O tema da redação do Enem 2021 foi "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil". Fernanda disse que, na introdução, citou a obra “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, na qual os filhos do personagem principal são chamados apenas de “mais velho” e “mais novo”. “O fato dos meninos não terem nomes fazia com que eles fossem desumanizados no livro”.
A estudante também citou o historiador brasileiro José Murilo de Carvalho, que defende que a cidadania não é plena se não houver garantia dos direitos civis, como o registro do nome em cartório.
Na proposta de intervenção, Fernanda escreveu sobre estimular o registro civil dos brasileiros. “Como estou no interior e meu rascunho ficou em Recife, não lembro todos os detalhes do texto”.
Fonte: brasilescola
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