terça-feira, 28 de abril de 2020

Witzel convida Moro para governo do RJ e pede que STF investigue Bolsonaro


O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), confirmou nesta terça-feira (28) que convidou Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, para fazer parte da administração estadual.

Em entrevista à CNN, Witzel disse que Moro será bem-vindo se tiver interesse em atuar no cargo de secretário de Justiça do RJ, função que foi extinta, mas que poderia ser recriada. Ele também garantiu que não recriará a secretaria de Segurança Pública no estado.

“Uma secretaria de Justiça sempre vai colaborar com o aperfeiçoamento das estruturas. O Conselho de Segurança do Estado já reúne órgão e a secretaria pode atuar em conjunto e, com as demais secretarias, para que o ministro Moro me ajude no combate à corrupção, com o conhecimento dele”, disse Witzel, que afirmou sempre haver espaço em seu governo para quem quer combater a corrupção e o tráfico de armas e drogas.

“O ministro Moro é meu colega de magistratura. Evidentemente que se ele tiver interesse de trabalhar aqui no Rio, no cargo de secretário de Justiça, eu poderia recriar”, disse Witzel. “Ele poderia me ajudar nesse papel que eu venho fazendo junto ao Ministério Público, ao sistema penitenciário, ao Poder Judiciário, às outras polícias. Poderia me ajudar nessa missão.”

O governador explicou que fez um convite formal a Moro, mas que no momento o ex-magistrado estaria inclinado a retornar para o Paraná para reorganizar sua vida.

Investigação no STF

Ele também cobrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) faça uma investigação sobre as acusações feitas por Moro quando pediu demissão de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria interesse em interferir na Polícia Federal.

“O presidente me acusou de fazer um tipo de interferência na Polícia Civil do Rio que é exatamente o que ele fazendo agora [na PF]”, afirmou Witzel. “Pela declaração do ministro Moro, Bolsonaro está tentando colocar um diretor-geral da PF, como agora já nomeou, com a preocupação que a PF poderia estar investigando pessoas ligada as ele.”

Ele disse que as investigações precisam ser levadas adiante para ficar claro se o presidente tentou ou não interferir na PF. “O ministro Celso de Mello ficará até setembro e vai ter tempo para fazer essa investigação.”
CNN Brasil

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