O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) assume a presidência da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (5) após o afastamento do então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Maranhão é vice-presidente da Casa e um dos principais aliado de Cunha.
O pedido de afastamento de Cunha foi feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que atendeu a pedido feito em dezembro pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em dezembro. Na ação, Janot argumentou que o deputado estava atrapalhando as investigações da Lava Jato. A decisão é liminar (provisória).
Waldir Maranhão foi eleito vice-presidente da Câmara em fevereiro de 2015, com o apoio de Cunha. Ele está no terceiro mandato de deputado federal. O primeiro foi entre 2007 e 2011, quando o político ainda era filiado ao PSB. Já pelo PP, ele se elegeu novamente nas eleições de 2010 e de 2014.
Como aliado de Cunha, Maranhão decidiu limitar a investigação no Conselho de Ética sobre o então presidente da Casa. Com isso, o peemedebista não poderá ser investigado sobre as acusações de que teria recebido propina, conforme relato de delatores da operação Lava Jato.
Na decisão, tomada em abril, Maranhão determinou que o foco da apuração no colegiado fique somente sobre a suspeita de que Cunha teria contas bancárias secretas no exterior e de que teria mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras, em março de 2015. Cunha sempre negou ser o titular dessas contas e diz ser apenas o beneficiário de fundos geridos por trustes.
Já na votação na Câmara que decidiu pelo prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que aconteceu no dia 17 de abril, Maranhão foi um dos quatro deputados do PP que decidiu votar contra. A maioria dos deputados do partido – 38 de 45 – votou a favor do prosseguimento do processo de impeachment.
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